Intolerância à lactose

Intolerância à lactose: sintomas, diagnóstico e tratamento

Intolerância à lactose ocorre quando há uma deficiência total ou parcial na produção da enzima lactase, que é produzida pelo intestino delgado. Assim, a quantidade produzida é inexistente ou insuficiente para degradar a lactose, açúcar do leite, por meio da quebra das moléculas em glicose e galactose. Por isso, há desconfortos gastrointestinais após ingerir produtos lácteos.

Intolerância à lactose x alergia ao leite

É importante estabelecer a diferença entre alergia à proteína do leite e intolerância à lactose. Primeiramente, a alergia à proteína do leite provém de uma doença autossômica e autoimune geneticamente estabelecida, cujas reações são adversas à proteína do leite. Geralmente, se manifesta após a ingestão de leite e derivados, até mesmo em quantidades mínimas. A mais comum é alergia ao leite de vaca, podendo causar alterações no intestino, na pele e nas vias respiratórias (como tosse e bronquite), por exemplo. Já a intolerância à lactose está ligada à deficiência total ou parcial da enzima lactase como mencionado acima. No entanto, ambos diagnósticos devem ser estabelecidos com uma anamnese minuciosa acompanhada de exames específicos para cada caso.

Outros tipos de intolerância à lactose

Intolerância primária – ocorre diminuição da produção da enzima lactase em consequência do envelhecimento. Evidenciando-se em algumas raças como a negra (até 80% dos adultos têm deficiência) e menos comum em outras, como a branca (20% dos adultos).

Intolerância Secundária de lactase – causada por patologias que provocam lesão e atrofia de vilosidades na mucosa do intestino delgado. Como, por exemplo, doença celíaca, doença de Crohn e infecções intestinais.

Hipolactasia primária ou congênita – É a mais rara, uma doença genética, autossômica recessiva, que se manifesta desde o nascimento com diarreia expressiva e acidose metabólica.

Manifestações clínicas

Os sintomas gastrointestinais são as manifestações mais comuns na intolerância à lactose. Flatulência, cólicas e distensão abdominais surgem logo após a ingestão de leite e derivados ou poucas horas depois. Os sintomas tornam-se mais intensos quando a ingestão de produtos lácteos é acompanhada por alimentos ricos em gorduras, carboidratos.

O paciente pode relatar fezes aquosas e amolecidas associadas à diarreia.  Em alguns casos a motilidade gastrintestinal apresenta-se diminuída e os indivíduos podem manifestar sintomas como constipação intestinal grave. O quadro clínico clássico caracteriza-se por distensão abdominal, flatulência (gases), fezes amolecidas e ácidas, dor abdominal e esporadicamente constipação intestinal.

A intolerância à lactose também pode apresentar diversos sintomas sistêmicos. Entre eles, dores de cabeça e vertigens, perda de concentração, dificuldade de memória de curto prazo, dores musculares e articulares, cansaço intenso, alergias diversas, arritmia cardíaca, úlceras orais, dor de garganta e aumento da frequência de micção. Na presença de sintomas sistêmicos, é preciso avaliar se essas intercorrências estão relacionadas à intolerância à lactose ou se são sintomas coincidentes ou decorrem de alergia à proteína do leite de vaca, que afeta até 20% dos pacientes com sintomas sugestivos de intolerância à lactose.

Exames complementares

A Intolerância à lactose pode ser diagnosticada através da resolução da sintomatologia duas semanas após a introdução de uma dieta livre de lactose, ou então recorrência de sintomatologia após a reintrodução de uma dieta contendo lactose.

Teste de intolerância a lactose o paciente recebe uma dose de lactose em jejum e, depois de algumas horas, colhe amostras de sangue para medir os níveis de glicose, que permanecem inalterados nos portadores do distúrbio.

Abordagem terapêutica

O tratamento em indivíduos intolerantes à lactose ocorre por meio da exclusão temporária de produtos lácteos de sua dieta, até se obter remissão dos sintomas. Essa tarefa inclui o cuidado criterioso de ler atentamente os rótulos dos produtos a serem consumidos. Afinal, essas informações tornaram-se obrigatórias e devem estar visíveis nos rótulos.

Reintrodução da lactose

A introdução deve ser em pequenas quantidades na alimentação e aumentando lentamente o tamanho da poção, se notar os sintomas, suspender o consumo.

Esses preparados comerciais de “lactase”, podem ser adicionados a alimentos que possuem lactose ou ingeridos com as refeições que contenham lactose. Isso porque têm a capacidade de redução dos sintomas e dos valores de hidrogênio expirados em indivíduos intolerantes. Mas esse produto não tem capacidade de hidrolisar totalmente a lactose da dieta podendo apresentar resultados diferentes em cada indivíduo.

Alimentos substitutos para a intolerância à lactose

Outra opção no tratamento de intolerância à lactose é a substituição do leite de vaca por produtos à base de soja, amendoim, amêndoas e castanhas que são consideradas boas fontes de proteína, mas inadequada quanto aos micronutrientes, em especial o cálcio. Por esse motivo, é importante uma dieta balanceada com acompanhamento de um profissional nutricionista, para as devidas abordagens terapêuticas evitando o défice de nutrientes.

De olho nos rótulos

Os consumidores que possuem a má digestão da lactose devem atentar-se às informações contidas nos rótulos dos alimentos e também nas bulas de medicamentos procurando entre os ingredientes descritos a lactose, leite e seus derivados

Com as novas tecnologias implementadas na indústria de alimentos, hoje já é possível encontrar no mercado uma grande variedade de produtos lácteos com baixo teor de lactose. Há também os descritos como “ZERO LACTOSE”, que são uma alternativa para as pessoas intolerantes, com destaque para os lácteos fermentados, queijos duros, doce de leite, iogurtes com lactase e os leites com teor de lactose reduzido, por exemplo. Esses produtos ajudam no aporte adequado de micronutrientes principalmente o cálcio.

Observar os ingredientes dos rótulos dos alimentos é útil para encontrar possíveis fontes de lactose nos alimentos.

Elaborado por Nutricionista Bruna Champe CRN-12657

Contatos

email: [email protected]

instagram: nutribruna_champe

Whatsapp: 54- 9 91970870

 

Comente o que achou:

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posso lhe ajudar?