Conhecido mundialmente, o ciclismo teve sua prática essencialmente esportiva em meados do século XIX, na Inglaterra, quando surgiram aperfeiçoamentos na fabricação de bicicletas, que possibilitaram o alcance de maiores velocidades. Desde então, o ciclismo vem evoluindo e crescendo, contendo atualmente diversas modalidades, como o ciclismo de estrada, ciclismo de pista, ciclismo de montanha, BMX e ciclismo de ginásios (Indoor).
Com o nível de competição aumentando, bicicletas mais modernas, treinamentos mais elaborados, se deu mais atenção ao estilo de dieta desses atletas, pesquisando qual a influência que ela poderia ter sobre os seus resultados.
Nos últimos 30 anos estudos demonstraram o efeito positivo do exercício no metabolismo de nutrientes, e que esses contribuem com parcela significativa no rendimento durante o exercício.
No ciclismo existem provas com duração de 10 segundos até aproximadamente 23 dias (tour de France). Os atletas se especializam em diferentes tipos de provas, mas tanto um competidor de 10 segundos, quanto um de 23 dias não deixam de ter necessidades metabólicas praticamente iguais.
Muitas variáveis contribuem para a performance do atleta. A frequência, intensidade, duração e tipo de exercício são fatores essenciais para um bom condicionamento. Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, não restam dúvidas quanto às mudanças favoráveis de atletas após o manejo dietético. A alimentação saudável e adequada à quantidade de trabalho deve ser trabalhada com atletas de alto rendimento, como sendo o ponto de partida para obter o desempenho máximo.
Ingestão insuficiente de macro e micronutrientes resultam em balanço energético negativo, podendo ocasionar perda de massa muscular, maior incidência de lesão, disfunções hormonais, osteopenia, osteoporose e maior frequência de doenças infecciosas (principais características da síndrome do overtraining). Este processo comprometerá o treinamento pela queda do desempenho e rendimento esportivo.
Dentre os nutrientes mais importantes na demanda de energia em modalidades esportivas de alta intensidade, como é o ciclismo, temos o carboidrato.
O tempo que um atleta suporta praticar determinado exercício está diretamente associado com a quantidade de glicogênio muscular disponível em seus músculos e no fígado para ressíntese da molécula de adenosina trifosfato (ATP), responsável por gerar energia ao organismo. Logo, níveis aumentados de glicogênio prolongam o tempo de esforço, enquanto que o jejum ou reposição inadequada de carboidratos dietéticos leva a uma diminuição no tempo de atividade. A partir desta afirmativa, técnicos, treinadores e nutricionistas passaram a utilizar estratégias dietéticas para aumentar as reservas desse substrato.
A quantidade de carboidratos consumida parece ser um fator relevante. Segundo as diretrizes propostas pela Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, estima-se que a ingestão correspondente a 60 a 70% do aporte calórico diário atende à demanda de um treinamento esportivo.
O tipo de prova vai classificar qual carboidrato consumir, provas de curta duração como primeira opção temos os carboidratos de rápida absorção ou seja, com IG altos (pão branco, suco de fruta…). Para provas de longa duração a escolha do carboidrato deve ser de lenta absorção, ou seja IG baixo (algumas frutas como banana, uva…)
Para o consumo de proteínas, devemos atentar as proteínas com Alto Valor Biológico, que contém todos os aminoácidos essenciais para a recuperação muscular (leite, ovos, e carnes).
Sobre as gorduras, devemos manter a dieta com um valor não menor de 15%, constituídas de boas fontes, sua suplementação pré prova não está bem fixada na literatura, ainda temos algumas controvérsias, logo, é melhor evitar seu consumo pré prova.
Elaborado por Nutricionista Bruna Champe CRN-12657